Acabou-se o sonho, não o sono, a luz pálida e muito tímida entrava pelas portadas, sempre abertas. Abri os olhos, apeteceu-me fechá-los logo a seguir. Mas não podia! Olhei para o despertador e li ... 7.30h. A custo, desenrosquei-me do edredon, calcei as pantufas e aos tropeções atravessei a casa para ir acordar a minha filha enroscada no seu edredon verde e azul, que me abriu um olho e virou as costas. Ordenei-lhe acordar e levantar, no tom que é humanamente possível a semelhante hora da madrugada. olhei para a janela e percebi uma luz diferente. Tão diferente que era quase de noite. Fui para a cozinha, preparar as laranjas para espremer o sumo para o pequeno almoço, e olhando o relógio, li 6.35H. Era afinal madrugada. Atravessei a casa de novo e fui dizer à minha filha que afinal era mais cedo do que pensava e tinha mais uma quase hora inteira para dormir. Abriu meio olho e sorriu com meia boca...virou a cabeça e ficou-se enroscada no edredon azul e verde. Montada nas pantufas, e arrastando os pés com ar vitorioso, voltei ao calor que ainda permanecia no edredon. Depois, fiquei a ver aclarar o dia e a pensar em milhares de coisas. As 7.30 H chegaram muito rapidamente e as rotinas ritmadas habituais tomaram o seu curso normal. O resto do dia foi muito comigo, estive sozinha no escritório, uma reunião pelo meio da manhã que decorreu sem surpresas, o regresso a casa, o almoço com cortinas brancas e amores perfeitos amarelos ao fundo...e depois a paz de umas horas de quietude fisica e excitação intelectual com um Prof que admiro, colegas bonitos, uma T. especial que é o elo de ligação, num espaço onde efectivamente não pertenço, e onde procuro cumplicidades e paixões. Cheguei a casa mais cedo do era suposto... o Benfica jogava um jogo importante e o Prof. também exausto de um dia tão ou mais longo do que o meu, deu-nos as boas noites e mandou-nos para ... descansar. O chegar mais cedo, obrigou-me a fazer o jantar, que deveria estar pronto ... mas não estava. Mas foi boa a companhia e agora depois da cozinha arrumada, das máquinas a trabalhar que lavam a louça e a roupa que amanhã apanhará o sol pela manhã, da reunião de condomínio, de ouvidas e lidas as mensagens que chegaram a propósito de me chamar Elsa...e com as pálpebras a cair por debaixo das lentes...vim pacificar-me e escrever para mim, a mensagem de comemoração de dia que não quis enviar a ninguém. É que não sei bem o que é isto do Dia da Mulher. Mas seja lá ele o que for...VIVA se for bonito!