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quarta-feira, março 29, 2006

existirmos a que será que se destina??



deve ser numa floresta como esta que habitam as fadas e a família de duendes que o João conhece.

Passo por lá sempre que posso ... às vezes basta-me querer, outras quero e não consigo. Outras ainda preciso de ajuda, uma mão que me conduza um livro que me transporte, um abraço que seja verde e apertado.
Hoje..sei lá...passeei!

"E éramos olhar-nos intacta a retina, a cajuína, cristalina em teresina"
maria Posted by Picasa

terça-feira, março 28, 2006

lógica


""Encontrei um filósofo no mercado.
"Amigo, disse-lhe, que fazes aqui entre o peixe e as couves?" Ele sorriu-me com um esgar de ironia e respondeu
"Compro axiomas por escamar; peso conceitos em sacos de serrapilheira; ponho sofismas na balança dos grelos..."
E afastou-se ao longo de bancas e de clientes, cambaleando, como se a vida o empurrase até ao canto dos talhos, onde se cortam bifes como os filósofos fazem às ideias"".
Nuno Judice, "Cartografia de Emoções"

maria

domingo, março 26, 2006

Bossa na lezíria

O dia estava chuvoso e triste na Lezíria. Do sol nem sinal, foi preciso inventá-lo. Para isso somos dotados de imaginação e de outras coisas.
Chegaram todos! Os que não chegaram já lá estavam. Na sala havia Bossa por todo o lado, espalhada em folhas de papel pintadas e poemadas. Depois, o resto foi a bossa dos 145 anos da avó e do neto.
Quando a noite chegou, o sol brilhava na Lezíria! Foi bonita a festa, pá! Parabéns Zé!
maria

quarta-feira, março 15, 2006

leituras


O mundo está feito de histórias e magias. São tantas as fontes onde podemos beber, que aos 45 anos, tenho ainda tanta coisa para ler, descobrir, pensar e partilhar, que me começam a doer os "dias a menos pr'a morte".
Tenho um vulcão a verter magma por todos os lados. O vulcão é cónico, o que representa uma coisa fechada e sem saídas, mas ao mesmo tempo uma pirâmide que podemos representar e simbolizar com recurso a axiomas tão diferentes como a escuridão e a luz do dia.
Preciso mesmo é de horas! São-me os dias cada vez mais curtos. São-me as horas cada vez menos horas. E o mundo continua a girar indiferente à minha angústia perante esta realidade incontornável.
Amanhã deve ter nascido a outra túlipa na minha varanda.

domingo, março 12, 2006

domingo


Saí à rua pela tardinha, quase noite. Como deixei de fumar, recuperei uma capacidade olfactiva semi perdida. Cheirava maravilhosamente a lilases numa rua por onde passeei. Voltei atrás...a cidade deserta, e eu subia e descia a rua só para cheirar os lilases. Não consegui vê-los, estavam de certeza escondidos atrás de um muro alto...mas a primavera a bater à porta trás os cheiros da memória.
Que bem me soube este domingo! Amanhã volto ao sitio onde os lilases cheiram bem.
maria

quarta-feira, março 08, 2006

do dia...8 de Março do ano da graça de 2006

Acabou-se o sonho, não o sono, a luz pálida e muito tímida entrava pelas portadas, sempre abertas. Abri os olhos, apeteceu-me fechá-los logo a seguir. Mas não podia! Olhei para o despertador e li ... 7.30h. A custo, desenrosquei-me do edredon, calcei as pantufas e aos tropeções atravessei a casa para ir acordar a minha filha enroscada no seu edredon verde e azul, que me abriu um olho e virou as costas. Ordenei-lhe acordar e levantar, no tom que é humanamente possível a semelhante hora da madrugada. olhei para a janela e percebi uma luz diferente. Tão diferente que era quase de noite. Fui para a cozinha, preparar as laranjas para espremer o sumo para o pequeno almoço, e olhando o relógio, li 6.35H. Era afinal madrugada. Atravessei a casa de novo e fui dizer à minha filha que afinal era mais cedo do que pensava e tinha mais uma quase hora inteira para dormir. Abriu meio olho e sorriu com meia boca...virou a cabeça e ficou-se enroscada no edredon azul e verde. Montada nas pantufas, e arrastando os pés com ar vitorioso, voltei ao calor que ainda permanecia no edredon. Depois, fiquei a ver aclarar o dia e a pensar em milhares de coisas. As 7.30 H chegaram muito rapidamente e as rotinas ritmadas habituais tomaram o seu curso normal. O resto do dia foi muito comigo, estive sozinha no escritório, uma reunião pelo meio da manhã que decorreu sem surpresas, o regresso a casa, o almoço com cortinas brancas e amores perfeitos amarelos ao fundo...e depois a paz de umas horas de quietude fisica e excitação intelectual com um Prof que admiro, colegas bonitos, uma T. especial que é o elo de ligação, num espaço onde efectivamente não pertenço, e onde procuro cumplicidades e paixões. Cheguei a casa mais cedo do era suposto... o Benfica jogava um jogo importante e o Prof. também exausto de um dia tão ou mais longo do que o meu, deu-nos as boas noites e mandou-nos para ... descansar. O chegar mais cedo, obrigou-me a fazer o jantar, que deveria estar pronto ... mas não estava. Mas foi boa a companhia e agora depois da cozinha arrumada, das máquinas a trabalhar que lavam a louça e a roupa que amanhã apanhará o sol pela manhã, da reunião de condomínio, de ouvidas e lidas as mensagens que chegaram a propósito de me chamar Elsa...e com as pálpebras a cair por debaixo das lentes...vim pacificar-me e escrever para mim, a mensagem de comemoração de dia que não quis enviar a ninguém. É que não sei bem o que é isto do Dia da Mulher. Mas seja lá ele o que for...VIVA se for bonito!

terça-feira, março 07, 2006

do tempo


Tenho cada vez menos tempo para vir aqui mandar umas bocas. Divido o dia em bocadinhos, cada vez mais pequeninos. Não funciono sem agenda, não acordo sem despertador, não vejo televisão há semanas, não acordo tarde, não me deito cedo, penso muito e reflito pouco. Tenho as horas armadilhadas e quando tiro as armadilhas, todos os ursos já dormem na floresta. Mas vem aí a Primavera, vai de certeza chegar, cheia de dias claros a crescer. Gosto muito quando a Primavera está para chegar. Preciso muito que ela se instale, para desarmadilhar a floresta e encontrar os ursos que de dia e de noite por ela se soltam.