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domingo, setembro 24, 2006

sombras e sobressaltos


colavam-se-lhe as letras à pele, as palavras aos olhos.
as teclas aos dedos, o rabo quieto na cadeira, que tinha rodas mas não andava.
e assim ficava, dias e dias a encher-se de letras e palavras.

um dia, de manhã bem cedo, foi encontrada na floresta, descalça e nua, passeando sobre um manto de flores cor de rosa que se tinham despencado das árvores.

depois, já muito tarde adormeceu, sentada na cadeira com rodinhas, depois de ter rodopiado o dia e amansado a noite.

mas isto foi há muito tempo ... tanto que já nem me lembro. só sei que o dia seguinte era um domingo.

2 comentários:

xavier ieri disse...

Quando pretendemos um mundo à nossa medida, construimo-lo.
Todavia, esse mundo não parece ser mais real ou verdadeiro que aqueles que nos rodeiam.
Apenas doméstico e domesticado.
O mesmo se afigura passar-se com as pessoas e a sua liberdade.

Diafragma disse...

E eu só sei é que gostei de te ler mas estou farto de aqui vir e não ver nada de novo :)))