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terça-feira, abril 18, 2006

dias de farol sem bússola



Existe um farol, um farol gigante, bonito, caiado de branco alvo, com um chapéu vermelho, que dimana uma luz amarela, cadenciada, que aparece, desmaia e ressuscita, tudo isto num espaço de mais ou menos 30 segundos, quando o dia cai e a noite aparece de mansinho, com passinhos de bébé.
Este farol fica numa ilha, igualmente caiada de branco, que como todas as ilhas fica no meio de um mar imenso, cheio de personalidade, ora manso, calmo e cheio de estradinhas por onde a imaginação nos pode levar até… Marrocos, ou outro lado qualquer, ora revolto, batido, cheio de vagas e ondinhas, onde os barcos só pulam em cima, como se fossem cascas de noz, aquelas que eu fazia de barquinho bolinando nas estradinhas de mar que ficavam na terra em dias de chuva forte.
Esta ilha fica no sul, meio à beira do continente, meio na autoestrada que o barco de carreira faz.
"Sembora Olhanenses" grita o homem que solta as cordas e ata as amarras. É dele o poder de encostar o barco ao cais ou deixá-lo à deriva na autoestrada que o barco aprendeu a caminhar.
São 3.00 Horas da tarde. O barco vai sair….surge um homem só com um dente, com uma carrocinha que há muito não vê a côr da tinta e tem os pneus gastos e oferece ajuda. Ajuda para o carrego dos sacos e de um guarda lamas perdido, ajuda pró grito do homem que amarra e solta o barco. "Péra Ài Pá"!!!!!
1 Hora depois atracámos na “Quinta do Farol”. E ele lá estava…imponente e altivo!
Tal como me lembrava dele há 4 anos atrás.

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