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quarta-feira, março 08, 2006

do dia...8 de Março do ano da graça de 2006

Acabou-se o sonho, não o sono, a luz pálida e muito tímida entrava pelas portadas, sempre abertas. Abri os olhos, apeteceu-me fechá-los logo a seguir. Mas não podia! Olhei para o despertador e li ... 7.30h. A custo, desenrosquei-me do edredon, calcei as pantufas e aos tropeções atravessei a casa para ir acordar a minha filha enroscada no seu edredon verde e azul, que me abriu um olho e virou as costas. Ordenei-lhe acordar e levantar, no tom que é humanamente possível a semelhante hora da madrugada. olhei para a janela e percebi uma luz diferente. Tão diferente que era quase de noite. Fui para a cozinha, preparar as laranjas para espremer o sumo para o pequeno almoço, e olhando o relógio, li 6.35H. Era afinal madrugada. Atravessei a casa de novo e fui dizer à minha filha que afinal era mais cedo do que pensava e tinha mais uma quase hora inteira para dormir. Abriu meio olho e sorriu com meia boca...virou a cabeça e ficou-se enroscada no edredon azul e verde. Montada nas pantufas, e arrastando os pés com ar vitorioso, voltei ao calor que ainda permanecia no edredon. Depois, fiquei a ver aclarar o dia e a pensar em milhares de coisas. As 7.30 H chegaram muito rapidamente e as rotinas ritmadas habituais tomaram o seu curso normal. O resto do dia foi muito comigo, estive sozinha no escritório, uma reunião pelo meio da manhã que decorreu sem surpresas, o regresso a casa, o almoço com cortinas brancas e amores perfeitos amarelos ao fundo...e depois a paz de umas horas de quietude fisica e excitação intelectual com um Prof que admiro, colegas bonitos, uma T. especial que é o elo de ligação, num espaço onde efectivamente não pertenço, e onde procuro cumplicidades e paixões. Cheguei a casa mais cedo do era suposto... o Benfica jogava um jogo importante e o Prof. também exausto de um dia tão ou mais longo do que o meu, deu-nos as boas noites e mandou-nos para ... descansar. O chegar mais cedo, obrigou-me a fazer o jantar, que deveria estar pronto ... mas não estava. Mas foi boa a companhia e agora depois da cozinha arrumada, das máquinas a trabalhar que lavam a louça e a roupa que amanhã apanhará o sol pela manhã, da reunião de condomínio, de ouvidas e lidas as mensagens que chegaram a propósito de me chamar Elsa...e com as pálpebras a cair por debaixo das lentes...vim pacificar-me e escrever para mim, a mensagem de comemoração de dia que não quis enviar a ninguém. É que não sei bem o que é isto do Dia da Mulher. Mas seja lá ele o que for...VIVA se for bonito!

5 comentários:

Eva disse...

E viva ele pelas razões históricas. E viva ele porque às vezes eles se lembram que nós existimos neste dia. E viva ele porque continuamos a ser os pilares. E viva nós porque encerramos o mistério de gerar vida.

Alice disse...

Não sei porquê o dia da mulher é sempre que vejo túlipas amarelas - lembra-me um dia em que me ofereceram umas, uns gaiatos chamados Sabin e Sergo, por volta de 79 (???). Conheces o último destes dois.
Por acaso ontem vi das tais, e embora ninguém mas tenha oferecido, soube-me bem vê-las! e receber uma mensagem dele, do tal que tu conheces, com uma florinha e muitos beijinhos, virtuais, tá claro!

Fokas disse...

Maria,
Tenho encontrado pessoas que a conheçem. Um recordava-se de si e referiu-se a si como uma moça da nossa idade, cheia de dinamismo e montes de ideias que acabaram... algumas como o meu amigo Raul que também é alquimista e portanto mais sábio, mais Zen : Zé estou a falar de coisas que aconteceram há mais de 10 anos!... e a tua Prof. devia ter mais ou menos a nossa idade agora! Rimo-nos muito, ele folheou com muito cuidado o Mário de Andrade como se fosse um manuscrito do Thomé Pinheiro da Veiga e exclamou no seu tom teatral..."As causas por vezes unem as pessoas! ".
Sobre aproveitar o dia das mulheres...tenho que confessar que não houve nenhum jantar, talvez com se a alma e o coração não tivessem sentido como únicos símbolos do amor. Não houve de facto De facto não nenhum jantar especial. Mas acho que passámos junto uma noite de mulheres!!! Elsa mais Gerónimo... menos bocas e mais trabalho e eu mais Louçã.... menos trabalho e mais bocas. Dia depois do dia das mulheres voltámos ao normal. Mas estamos a engordar estúpidamente por uma decisão de morrer saudáveis.
Será que vale a pena?
Feliz Natal!

Alice disse...

Maria na net e mana para todos os efeitos
conseguiste comover-me com o que foste por lá no blog que agora já talvez eu queira ter - e fiquei sem palavras, mesmo escritas...
e não me lembrava nada de te ter mandado um postal com flores, mas ainda bem que mandei.

xavier ieri disse...

Fora ele originado pelas melhores razões (vivam as mulheres!!!) e eu nada diria.
Mas, infelizmente, não é.
O Dia das Mulheres é apenas motivado pelas melhores razões: Não esquecer a igualdade (?!). (No limite do cinismo, é apenas motivado pelo politicamente correcto. Veja-se o desfasamento entre o discurso e a práxis dos senhores políticos, por exemplo, sobre a matéria; ou dos senhores empresários (perguntem ao Belmiro quanto ganha uma mulher numa das suas caixas. E um homem?)
É um dia, ou uma ideia, originado pelas piores razões: a segregação do sexo feminino.
Infelizmente é preciso afirmar, continuamente, como igual aquilo que logo se vê que o é.
Ou, como dizia um amigo meu: Porque é que se há-de chamar fromage a uma coisa que se vê logo que é queijo?!