O Wittgenstein colocou o grande problema da filosofia na (in)capacidade de comunicação. No tempo dele não existia este modernismo de blogar.
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quarta-feira, janeiro 30, 2008
A la recherche du temps perdu
Bruxelas, 5 da tarde! Anoitece depressa, as nuvens correm apressadas e espessas ... quase se adivinha a lua, o dia não deixou ver o sol. Terceiro dia consecutivo sem chuva na cidade. A mancha escura de pessoas desloca-se apressadamente para a gare du midi. Fila para o bilhete! Bilhete na mão...! Zoen van der likt, de vinkt de zeek....qualquer coisa Amsterdam.
Linha 5....
Num labirinto de obras e tapumes, alcançámos um cais minúsculo, onde se lia numa placa com ar de inicio do século "5". Era ali a linha 5.
Subir o comboio com uma mala carregada com 30 kilos, sendo 15 de livros, 4 de chocolates e o restante de miudezas indispensáveis a um qualquer viajante, não é tarefa fácil em horas de ponta por aqueles sítios.
Instalados em bancos rebatíveis e agarrada a duas malas, não fosse o diabo tecê-las...degustei como pude a noite e a paisagem suburbana que corria vagarosa na janela atrás de mim. De repente, apercebi-me que não fazia ideia do sitio onde teria que sair...mas a menina do Van der linkt, de zim, de binkt, deveria dar um qualquer sinal oral quando se aproximasse a estação do aeroporto. Olhei para o relógio constatei quase em pré-pânico que tinham já decorrido os 15 minutos que tinha demorado a mesma viagem quando a tinha feito pela primeira vez, inversamente. De repente, dois jovens casais de namorados que viajavam de pé mesmo ao lado, instalaram-se. Sentados no chão de pernas cruzadas na plataforma do comboio ... confirmaram-me o que não queria. Aquele comboio não era o meu. Olhei para o meu companheiro de viagem, que num torcer de boca e esparregar de olhos, reconfirmou as suspeitas! E o comboio, inexoravelmente, roubou-me todas as esperanças ... desatou a acelarar, qual TGV pela estrada de ferro afora.
Quando pararia??? Vieleicht Amsterdam!!! Gut sehr gut!!!! Eram 6.40 da tarde. o avião só partia às 20.05. Talvez houvesse uma estação milagre no entretanto.
E surgiu a dita! Atrás da janela, um pináculo de catedral iluminado, confirmava-me que aquele não era o meu comboio da linha 5, mas sim outro qualquer que por razões que o van der linkt, zim de vinkt não me tinha deixado perceber.
Saímos...sem saber onde!
Objectivo. Apanhar o comboio ao contrário e voltar rapidamente ao local de partida. Bruxells, gare du midi.
à suivre....
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1 comentário:
Bon Dieu, como é mais descansada ficar em casa a comtemplar o sono de uma gatinha preta enroscada em bolinha! e sobretudo não ir para lugares onde se falem coisas esquisitas, tipo alemão: brrrrrrr!
como estás a postar de casa suponho que apanhastes (vós) o ou outro qualquer avião - ou havia internet nesse combóio "enganado"?
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