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sábado, abril 29, 2006

palavras e fragmentos entre o céu e a terra

fragmentos...

como é que se alinham?
Existe uma rota? (palavra sem tradução noutra língua)
Povoam-se os espaços vazios com fragmentos? Ou com os fragmentos construímos espaços novos?
As palavras enchem o tempo. Sem elas o tempo fica vazio.

Como se fazem as palavras sem estado, entre o céu e terra??

Talvez seja no mar que tudo se alinhe....e aí, bolinando sempre com a terra à vista...se encontre a rota ...de sol, sal e marés feita.
Talvez.....

quarta-feira, abril 26, 2006

25 de Abril sempre!!!


Foi bonita a festa, pá!
FIQUEI CONTENTE. Vou guardar até ao próximo ano, para des... folhear/frutar/folhar/construir/ . ..com cheirinho a primavera o sabor, as cores, as palavras, as memórias partilhadas o pão e os cravos vermelhos que hoje os amigos me trouxeram.
Vou dormir com cheirinho de alecrim! De certeza!
E acordar num dia novo!
A ver o Sado de manhã bem cedinho. De cravo aberto à luz do dia que não tarda em chegar.

quinta-feira, abril 20, 2006

Para a Lígia

"Boa noitinha, mamã, gosto muito de ti"

Qual é a cor da alegria? Com que palavras se escreve a felicidade? Quantos cantos tem o amor? Quantas voltas tem a dor? Quantos gritos valem para o crescer? Quantas bactérias há no ar? Quantos micróbios me tocam por dia?

Sei lá, minha filha!

Quero ensinar-te tudo o que souber. Sempre acreditei que me irias ouvir ... e encantar...

Quero dizer-te dos caminhos que conheço, das pedras em que tropeçei, dos livros que me ensinaram a sonhar, dos Saraband que me faziam pensar, das revoluções em que me revolucionei ... dos caminhos que andei, para chegar aqui, contigo!

Todos os dias te conto um bocadinho de mim. E todos os dias me vais respondendo o que aprendeste.

Boa noitinha querida Ligia. Como gosto de ti!!!

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quarta-feira, abril 19, 2006

entardecer

foi assim na ilha do farol..do outro lado do farol que já rodopiava a sua luz mágica.
era assim em S. Torpes...onde a imaginação desenhava no dourado dos efeitos do sol a adormecer, com nuvens entrelaçadas, viagens para todos os sitios, possíveis e impossíveis.
quando as viagens imaginadas eram possíveis e todos os desenhos eram desenháveis.
S. Torpes assim foi há muito tempo ... e dele guardo não 7, "meu amor era de noite", mas infinitas saudades. Na memória, aquela que não quero apagar porque deitei fora a borracha há muito tempo.
Da cor deste entardecer, e com uma pequenina luz bruxuleante, deixei hoje uma luzinha aberta à memória dos que passaram.
o farol permanece do outro lado da ilha, e eu gosto de opostos.
maria, 19 de Abril de 2006, 500 anos depois. Posted by Picasa

terça-feira, abril 18, 2006

dias de farol sem bússola



Existe um farol, um farol gigante, bonito, caiado de branco alvo, com um chapéu vermelho, que dimana uma luz amarela, cadenciada, que aparece, desmaia e ressuscita, tudo isto num espaço de mais ou menos 30 segundos, quando o dia cai e a noite aparece de mansinho, com passinhos de bébé.
Este farol fica numa ilha, igualmente caiada de branco, que como todas as ilhas fica no meio de um mar imenso, cheio de personalidade, ora manso, calmo e cheio de estradinhas por onde a imaginação nos pode levar até… Marrocos, ou outro lado qualquer, ora revolto, batido, cheio de vagas e ondinhas, onde os barcos só pulam em cima, como se fossem cascas de noz, aquelas que eu fazia de barquinho bolinando nas estradinhas de mar que ficavam na terra em dias de chuva forte.
Esta ilha fica no sul, meio à beira do continente, meio na autoestrada que o barco de carreira faz.
"Sembora Olhanenses" grita o homem que solta as cordas e ata as amarras. É dele o poder de encostar o barco ao cais ou deixá-lo à deriva na autoestrada que o barco aprendeu a caminhar.
São 3.00 Horas da tarde. O barco vai sair….surge um homem só com um dente, com uma carrocinha que há muito não vê a côr da tinta e tem os pneus gastos e oferece ajuda. Ajuda para o carrego dos sacos e de um guarda lamas perdido, ajuda pró grito do homem que amarra e solta o barco. "Péra Ài Pá"!!!!!
1 Hora depois atracámos na “Quinta do Farol”. E ele lá estava…imponente e altivo!
Tal como me lembrava dele há 4 anos atrás.

quarta-feira, abril 12, 2006

Os amores perfeitos

Não existe outro céu igual ao meu. Aquele que avisto do meu quintal...horas altas da noite que apetece. As estrelas parece que andam numa constelação inventada ...
Não existem outros amores iguais ao meu. PERFEITOS POR ÑATUREZA , IMPERFEITOS POR DEFINIÇÃO!!!! Amanhã vou para a ilha do farol!!!! Depois conto e reflito sobre o estar e as novidades.
maria Posted by Picasa

segunda-feira, abril 10, 2006

imperfeito amor...

"...é da desigualdade que nasce a harmonia; e é a desordem humana que faz brotar, do nada, tudo o que admiramos"

in, o meu livro de cabeceira Posted by Picasa

terça-feira, abril 04, 2006

"à beira da falésia" .. a aventura interior

"O espírito ergue, durante umas tantas horas, a sua própria estátua. Não pode, contudo, persistir nesta atitude; é-lhe necessário injectar constantemente novas forças. A embriaguez pode aproximar do absoluto, mas só em imagens... basta uma olhadela através da porta"
Ernst Junger
Posted by Picasa maria 0.00 5/4/06

segunda-feira, abril 03, 2006

no caldeirão ...

O meu imaginário infantil, o meu e o de muita gente, acho ... está povoado de caldeirões, onde as bruxas cozinhavam estranhos preparados, que depois usavam ao sabor da imaginação. Tive sempre medo de um dia ir parar ao caldeirão de uma bruxa...e na minha infância no Alentejo, não havia nem televisão nem Harry Potter... o caldeirão também podia ser da fada, da feiticeira boazinha. Passei a infância a cozinhar ideias no caldeirão dos dias e das elementos que me iam sendo fornecidos, a par com os imaginados, os inventados, alguns proibidos.
Depois com o liceu, os livros e o crescer, o caldeirão foi ficando cada vez maior, mais requintado, mais confuso, mais colorido, até que o guardei o mais arrumadinho que soube e pude num cantinho da memória. Ainda hoje vou ao caldeirão, retirar ideias e cores lá depositadas, que tento, nem sempre com sucesso, dissecar ... e pôr ao sol. Enfim...exercícicos plásticos e aplásticos, que às vezes nos cruzam os dias.
Não fui à Finlândia com o Sócrates ... mas fui com outros filósofos famosos. E com o Descartes e o Platão aprendi algumas das cores que se misturam no meu caldeirão. Este caldeirão de bruxa, à séria, não o descobriu o Sócrates na Finlândia, mas descobri-o eu. Num sitio onde no Verão só se chega de barco e no Inverno só se chega de jeep por cima do gelo que gela o Báltico transformando-o em estrada de branco vestida.
É que hoje andei a mergulhar no caldeirão. E concluí (sempre provisoriamente) que me falta vida para arrumar o conteúdo do caldeirão. Que continuo a ter medo das bruxas e a gostar das fadinhas boas. Enquanto não doer muito.
maria
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